quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Historinhas Infantis

O prazer de uma boa história infantil

As crianças apreciam sempre, e em qualquer ocasião, uma boa história. Seja para dormir ou por mera distracção, o mundo da fantasia e do imaginário sempre fascinou os mais novos. Aproveite as férias para ler, todos os dias, uma história ao seu filho.

Contar histórias não é propriamente um dom por aí além, mas conseguir fazer viajar uma criança pelo mundo da fantasia e do real, nem sempre é tarefa fácil. O que acontece é que as crianças precisam de sentir com intensidade a história que estão a ouvir, portanto coloque o máximo de emoção e de vivacidade que conseguir, quer esteja a contar um conto retirado dos livros ou uma história real.


Se estiver a contar uma história, por exemplo a do Capuchinho Vermelho, conte-a com a máxima ferocidade, quando chegar a parte do lobo mau e com a maior delicadeza que conseguir, quando chegar a parte da avózinha. O que prevalece é o jogo de palavras e o tom de voz que se utiliza. Aquilo que as crianças gostam é de sentirem a história e que, também elas estão com medo ou que também elas estão divertidas.


Quase todas as histórias têm um herói e, é imprescindível que também elas sintam qual o verdadeiro herói da trama. Para isso, os contadores de histórias devem saber contá-las convenientemente, de maneira a que a criança possa retirar as conclusões acertadas. Independentemente de se contarem histórias em grupo ou em privado, a forma de as contar deve ser idêntica e com a mesma emoção.

Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.

Um dia, sua mãe pediu:

- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?

cestinha na mesa

- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!

- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.

- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!

E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.

Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...

lobo escondido atr·s da ·rvore

Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:

- Onde vai, linda menina?

lobo rindo

- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?

O lobo respondeu:

- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como você.

- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.

- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.

- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.

E o lobo respondeu:

- Este será nosso segredo para sempre...

E saiu correndo na frente, rindo e pensando:

lobo correndo

(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delícia!)

Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:

- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!

- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.

A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...

lobo disfarçado de vovó

Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.

- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.

- Obridada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).

Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:

- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?

- É prá te olhar melhor, minha netinha.

- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?

- É prá te cheirar melhor, minha netinha.

- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?

- São para te acariciar melhor, minha netinha.

(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)

- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?

- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!

lobo comilão

- Uai! Socorro! É o lobo!

A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.

Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.

Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.

Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:

- Acho que o lobo devorou minha avozinha.

caçador- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...

Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.

- Viva! Vovó!

E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.

vovó de skateChapeuzinho dançando

"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na floresta."

FIM


João e Maria

Era uma vez um menino chamado João e sua irmã Maria, que moravam em uma casa perto da floresta.

João com carrinhosMaria pintando

Um dia, sua mãe pediu que fossem buscar galhos secos para acender o fogo. Não pecisavam trazer muitos, apenas o bastante para acender a lareira.

- Não vão muito longe. Os galhos que temos aqui perto já servem, não vão se perder por aí...

- Pode deixar, mamãe, vamos voltar logo!

E lá se foram os dois procurar gravetos secos por ali, entre várias brincadeiras. Não queriam ir longe, mas estavam tão curiosos com a floresta que resolveram arriscar só um pouquinho.

Maria teve uma idéia genial: foi marcando todo o caminho, para saber por onde voltar: assim não iriam se perder. E bricaram à vontade.

Já estava querendo escurecer quando resolveram voltar. Maria foi logo procurando os pedacinhos de pão que deviam estar marcando o caminho, mas...

passarinhos bicando o chão

Os passarinhos que moravam ali estavam achando ótimo aquele lanchinho, e não deixaram nem um miolinho de pão sobrar. Não havia como achar o caminho de volta para casa. A idéia de marcar o caminho tinha sido ótima, mas não com pedacinhos de pão.

- Agora estamos os dois com fome e perdidos!

irmãos abraçados

Andaram de um lado para outro, mas nada de encontrar o caminho de casa, cada vez mais escuro.

lua dormindo

A noite já tinha chegado, quando João teve uma boa idéia:

- Vou subir na árvore mais alta e ver se encontro alguma casa para passarmos a noite.

Maria achou ótimo, pois já estava muito assustada com os ruídos da noite na floresta. E João encontrou alguma coisa:

- Tem uma luz daquele lado! Vamos lá ver!

Os dois correram na direção da luz acesa da casa mais próxima.

Ao chegarem, viram uma velhinha que parecia muito boazinha e sorridente.

velhinha com bengala- Venham cá! Venham, meus amiguinhos. Aqui vão encontrar muita comida gostosa.

(os dois estavam morrendo de fome)

Então viram a casa de perto:

casa doce

- Uuuuau!

As paredes eram de chocolate com castanhas, o telhado era de brigadeiro, as portas de biscoito fresquinho, as janelas de gelatina, tudo enfeitado com caramelo, sorvete e balas coloridas. Uhmmm!

velhinha com bengala- Comam tudo, meus amiguinhos, é para vocês. Depois podem descansar em camas fofinhas e bem quentinhas. Amanhã acharemos a casa de vocês.

E os dois obedeceram contentes, e acabaram dormindo cansados de um dia tão cheio.

Acordaram antes do sol nascer, pensando que estavam na maravilhosa casa de doces.

Mas, que nada:

Casa assombrada

A casa tinha desaparecido como se fosse mágica. Em seu lugar havia uma horrível casa de bruxa, com morcegos e tudo.

Uma gargalhada terrível vinha da escada, por onde chegou a bruxa malvada com sua coruja:

Bruxa feia

- Pensaram que iam escapar, não? Vão ficar presos aqui para sempre, e nunca mais vou deixar que voltem para casa. Ha! Ha! Ha!

A bruxa mandou Maria para a cozinha preparar comida para todos: agora ela era a empregada da casa. Tinha que fazer todo o serviço, se não...

Prendeu João numa gaiola e disse:

- Menino: trate de ficar bem gordinho! Quando estiver pronto, vai virar o meu jantar especial. Ha! Ha! Ha!

Maria foi a primeira a reparar que a bruxa malvada não enxergava bem. Tudo ela trazia bem perto dos olhos para ver direito.

Para saber se João estava engordando bem, toda noite chamava o menino e mandava que mostrasse o seu dedinho da mão. Apertava bem, e dizia que ainda estava muito magrinho.

- Maria! Faça mais comida! Ele tem que engordar. Depressa!

João, preso na gaiola já nem sentia fome, de tão triste que estava. Queria voltar a ser livre, correr solto com seus amigos e brinquedos. Lembrava bem como isso era bom.

João lembrando como brincava de avião

Maria tentava encontar uma saída para os dois, enquanto fazia o serviço sem nenhum brinquedo. Tinha saudades de tudo em casa mas, como enganar a bruxa e fugir?

Maria com saudade do bonequinho

Foi na cozinha que teve uma idéia:

frango no espeto

Colocou para assar no espeto uma galinha, escondendo um ossinho comprido e bem fininho.

Quando levou a comida para João, disse a ele bem baixinho, para a bruxa não escutar:

- Esconda este ossinho para fingir que é seu dedo bem magrinho e enganar a bruxa. Ela não enxerga quase nada...

- Quietos aí! Quem disse que podem conversar?

Desse dia em diante, João sempre mostrava o ossinho para a bruxa apertar quando ela queria saber se ele já estava bem gordinho.

- Maria! Esse menino está magro como um palito. Faça mais comida!

E Maria fazia muitas coisas para que os dois ficassem bem fortes para poder fugir.

Em toda parte, a menina procurava o lugar onde a bruxa escondia a chave da gaiola, mas não conseguia encontrar.

chave

Tudo agora dependia da força de João para fugirem dali.

Naquela noite, João se esforçou muito, e acabou conseguindo soltar a grade da gaiola. Tinha ficado bem forte, e a bruxa nem sabia disso.

Os dois correram para se esconder na floresta antes que a bruxa acordasse.

Na luz do dia, conseguiram achar o caminho de casa, e nunca mais voltaram naquele lado da floresta.

Essa história ouvi de meu avô João, nas férias. Será que ele viveu todas essas aventuras quando era criança?

Vovô e João pescando

FIM


O Pequeno Polegar

quem é o autor?

Esta é uma lenda antiga, que surgiu na Europa há muitos anos, mas ninguém sabe quem escreveu ou inventou, como tantas outras historinhas aqui.

Conta sobre uma família de camponeses pobres, com sete filhos ainda crianças para criar. O filho caçula nasceu tão pequenininho e fraquinho, que foi sorte sobreviver. Ganhou por isso o apelido de Pequeno Polegar. Ele era pequeno, porém muito esperto, sempre aprendendo brincadeiras novas com seus irmãos.

Naquele tempo, houve na Europa uma grande fome, que se espalhava por todas as cidades em volta da casa de Polegar. Não havia alimentos para todos. As panelas estavam vazias...

panela vazia

O pai das crianças, sabendo que todas morreriam de fome se ficassem em casa, teve uma idéia:

- Vou levar todos para a floresta. Talvez encontrem coisas para se alimentar e sobreviver. Aqui é que não vai dar certo.

A mãe chorou muito, mas concordou com o pai em não contar nada para os filhos, para que não se desesperassem. Preparou um lanchinho para cada um (o último que tinham), e todos partiram cedo, pela manhã, como se fossem passear na floresta.

Depois de estarem todos bem cansados de andar, os pais foram se afastando, sem que as crianças percebessem.

O Pequeno Polegar foi o primeiro a reparar que os pais haviam sumido. Todos tentaram procurar, mas se descobriram perdidos e abandonados...

Pequeno Polegar triste

A noite já vinha chegando, e as crianças tinham medo dos lobos e morcegos que faziam ruídos assustadores em volta.

morcego vampiro

O irmão mais velho subiu na árvore mais alta para procurar um abrigo para a noite. Todos festejaram quando ele disse ter visto a torre de um castelo ao longe, para o lado de onde a lua vinha nascendo.

Foram caminhando rapidamente, pensando achar um grande castelo acolhedor, com um rei e uma rainha ricos e bondosos para dividir abrigo e alimento com todos eles.

torre

Não era bem isso quando se via de perto, mas todo o resto era apenas a floresta perigosa, e eles não queriam ser devorados. Então bateram à porta assim mesmo.

Uma estranha voz respondeu:

- Vocês estão loucos? Não sabem o que tem atrás desta porta?

- Quem está falando? - perguntou Polegar.

-Eu! Ora bolas!

maçaneta falante

- Não sabia que existiam maçanetas falantes! - disseram todos.

- Para sorte de vocês, está vindo aí a dona da casa, que é boa e carinhosa, mas se chegar o patrão ...

A dona da casa abriu a porta, torcendo o nariz da maçaneta, que nem reclamou. Recebeu aquelas crianças abandonadas e famintas com todo seu carinho, mesmo preocupada que o marido pudesse chegar a qualquer momento. Trouxe bastante comida, que ali não parecia faltar. Todos ficaram satisfeitos e encheram as barrigas.

mulher trazendo alimento

Como sempre, a maçaneta soltou berros horríveis quando o patrão torceu forte seu nariz para entrar. Ouvindo isso, a dona da casa correu para esconder as crianças embaixo da cama do casal.

Não adiantou nada, pois o ogro malvado que era seu marido sentiu o cheiro de gente estranha logo logo...

ogro malvado

- Vou comê-los no jantar! Ahaha!

A mulher pediu que ele esperasse um pouco mais, pois o jantar maravilhoso de hoje já estava pronto, e tinha todos os pratos especiais que ele adorava.

Então o ogro mandou que fossem se deitar na cama ao lado da cama de suas filhas. Sim, o ogro tinha sete filhas, que dormiam todas na mesma cama, com suas coroas na cabeça.

menina coroada

Logo que os meninos se retiraram, ele rosnou que iria degolar cada um deles à noite. E ficou sentado esperando que dormissem...

ogro esperando

Polegar, chegando com os irmãos ao quarto, viu as meninas dormindo no escuro com suas coroinhas e ficou pensando em uma idéia para escapar.

Polegar pensando

Quando todos dormiram, colocou sua idéia em prática: trocou os chapéus de seus irmãos, e o seu também, pelas coroas das meninas, e foi se deitar bem quietinho. Naquele quarto escuro, ele imaginou que o ogro iria reconhecer as filhas pelas coroas nas cabeças, e foi isso mesmo.

Quando o ogro chegou, foi direto para a cama dos meninos, mas pondo a mão nas cabecinhas, sentiu as coroas, e assim foi para a outra cama. Degolou todas as crianças que tinham chapéu na cabeça.

olhar mau do ogro

- Ufa! Quase degolei minhas próprias filhas!

Polegar avisaAssim que o ogro saiu, o Pequeno Polegar acordou seu irmãos para fugirem juntos dali. Desceram pela escada de mansinho, e chegaram na maçaneta falante.

maçaneta

- Tenho ordens de avisar ao patrão sempre que tentam entrar ou sair por mim, mas desta vez vou desobedecer aquele malvado. O único problema é que vocês não vão escapar quando ele calçar suas botas de sete léguas e for atrás de vocês. Seus pés ficam os mais rápidos do mundo!

ogro correndo com a bota

O Pequeno Polegar notou as enormes botas encantadas ao lado da porta, e resolveu calçar assim mesmo, com a maçaneta prendendo a gargalhada com o ridículo do seu tamanho junto ao da bota.

Fez bem: era uma bota encantada, e se ajustou perfeitamente ao seu tamanho assim que calçou em seus pequeninos pés.

bota de sete léguas

Com elas, ajudou seus irmãos a voltarem para casa, mas não quis ficar. Despediu-se deles, e disparou para o castelo real.

castelo do rei

Lá chegando, disse logo que era o correio mais rápido do reino, e gostaria de provar sua capacidade ao rei.

Nos primeiros dias, levava apenas mensagens sem importância, mas ele era mesmo tão veloz e tão correto, que acabou conquistando a confiança do rei em pessoa. Logo estava sendo o responsável pela entrega das mensagens mais importantes, até mesmo as de guerra.

Tudo chegava voando carta voandopelas mãos dele, com a ajuda da bota de sete léguas. Assim, o Pequeno Polegar foi ganhando e juntando muito dinheiro.

Um dia, ele achou que era hora de voltar em casa, e levar dinheiro bastante para sua família nunca mais sentir fome ou abandono. E isso ele também conseguiu.

Lar

FIM


A Galinha Ruiva

Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa fazenda.

A Galinha Ruiva

Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto prá colher e virar um bom alimento.

Pé de milho verde

A galinha ruiva teve a idéia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar!

Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo.

Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé?

Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?

Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo?

Café da manhãA Galinha Ruiva

Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos:

Gato CachorroPorcoVaca

- Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo?

- Eu não, disse o gato. Estou com muito sono.

- Eu não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.

- Eu não, disse o porco. Acabei de almoçar.

- Eu não disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.

Não

Todo mundo disse não.

Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno.

Quando o bolo ficou pronto ...

Bolo

Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca.

GatoCachorroPorcoVaca

Então a galinha ruiva disse:

- Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo?

Todos ficaram bem quietinhos. ( Ninguém tinha ajudado.)

- Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando.

Balões

E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado.

PintinhoPintinhoPintinhoGalinhaPintinhoPintinhoPintinho

FIM


Dona Baratinha

vassoura varrendo

Era uma vez uma baratinha que varria o salão quando, de repente, encontrou uma moedinha:

baratinha contentemoedinha- Obá! Agora fiquei rica, e já posso me casar!

Este era o maior sonho da Dona Baratinha, que queria muito fazer tudo como tinha visto no cinema:

noivos se beijando com Cupido

Então, colocou uma fita no cabelo, guardou o dinheiro na caixinha, e foi para a janela cantar:

baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais

Um ratinho muito interesseiro estava passando por ali, e ficou imaginando o grande tesouro pote de ouroque a baratinha devia ter encontrado para cantar assim tão feliz.

Tentou muito chamar sua atenção e dizer: "Eu quero! Eu quero!" Mas ele era muito pequeno e tinha a voz muito fraquinha e, enquanto cantava, Dona Baratinha nem ouviu.

Então chegou o cachorro grande, com seu latido forte, foi logo dizendo: - Eu quero! Au! Au!

Mas, Dona Baratinha se assustou muito com o barulhão dele, e disse:

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E o cachorrão foi embora.

O ratinho pensou: agora é minha vez! Mas...

elefante

- Eu quero, disse o elefante.

Dona Baratinha, com medo que aquele animal fizesse muito barulho, pediu que ele mostrasse como fazia. E ele mostrou:

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E o elefante foi embora.

O ratinho pensou novamente: "Agora é a minha vez!", mas...

Outro animal já ia dizendo bem alto: "Eu quero! Eu quero!"

E Dona Baratinha perguntou:

- Como é o seu barulho?

puma

- GRRR!

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E vieram então vários outros animais: o rinoceronte, o leão, o papagaio, a onça, o tigre ... A todos Dona Baratinha disse não: ela tinha muito medo de barulho forte.

E continuou a cantar na janela:

baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais

Também veio o urso, o cavalo, o galo, o touro, o bode, o lobo, ... nem sei quantos mais.

A todos Dona Baratinha disse não.

Já estava quase desistindo de encontar aquele com quem iria se casar.

Foi então que percebeu alguém pulando, exausto de tanto gritar: "Eu quero! Eu quero!"

ratinho se esgoelando

- Ah! Achei alguém de quem eu não tenho medo! E é tão bonitinho! - disse a Dona Baratinha. Enfim, podemos nos casar!

Então, preparou a festa de casamento mais bonita, com novas roupas, enfeites e, principalmente, comidas.

Essa era a parte que o Ratinho mais esperava: a comida.

O cheiro maravilhoso do feijão que cozinhava na panela deixava o Ratinho quase louco de fome. Ele esperava, esperava, e nada de chegar a hora de comer.

ratinho verde de fome

Já estava ficando verde de fome!

cozinheiro destampando panela grande

Quando o cozinheiro saiu um pouquinho de dentro da cozinha, o Ratinho não aguentou:

- Vou dar só uma provadinha na beirada da panela, pegar só um pedacinho de carne do feijão, e ninguém vai notar nada...

Que bobo! A panela de feijão quente era muito perigosa, e o Ratinho guloso não devia ter subido lá: caiu dentro da panela de feijão, e nunca mais voltou.

Dona Baratinha ficou muito triste que seu casamento tenha acabado assim.

No dia seguinte, decidiu voltar à janela novamente e recomeçar a cantar, mas...

Desta vez iria prestar mais atenção em tudo o que era importante para ela, além do barulhão, é claro!

baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais

FIM


Os sete cabritinhos

Cabritinhos

Era uma vez uma cabra, que morava com seus sete cabritinhos em uma linda casinha com quintal e jardim.

Naquela manhã, estavam todos assistindo televisão antes de mamãe sair para o mercado, fazer compras:

notícia na TV

A notícia de última hora dizia:

- Cuidado: há um lobo mau solto por aí. Foi visto pela última vez fugindo para perto do rio. Todos estamos trabalhando para caçá-lo, mas até agora ele continua solto. As crianças devem ficar em casa até que ele esteja bem preso.

cabritinho- Ah! Logo hoje que íamos começar nosso clube novinho lá fora!

Mamãe cabra não quis saber: falou sério com seus sete cabritinhos, e todos entenderam muito bem.

casa com porta e janela

- Ninguém sai de casa hoje enquanto vou ao mercado. A porta fica fechada com a chave. Não abram para ninguém. Vocês conhecem a mamãe: quando voltar, chamarei pela janela com minha voz de sempre, e baterei de levinho no vidro com minha pata clarinha e de unhas curtas. Aprendam que o lobo mau tem um vozeirão terrível e uma pata escura enorme cheia de unhas gigantes. Muito cuidado!

- Está bem, então. Pode confiar em nós. Vamos ficar bem atentos.

E lá se foi a cabra para as compras ...

mamãe cabra

Encontrou sua amiga no caminho, e foi logo comentando como estava preocupada em sair para o mercado com aquele lobo mau solto por aí...

O que elas não sabiam, é que o lobo mau disfarçado estava ali bem pertinho escutando tudo, e pensando: "Sete cabritinhos sozinhos em casa, e eu com tanta fome!"

Correu para a casa, jogando fora seu disfarce, tentou abrir a porta, e viu que estava trancada.

- Abram a porta! Está trancada!

- Não vamos abrir nada, seu lobo bobo. A voz da mamãe é suave e macia, só vamos abrir para ela!

Então o lobo ficou furioso. Tinha que ter alguma idéia. Aqueles cabritinhos só iam abrir para a mãe, mas como enganá-los? Ahá! O lobo correu até a confeitaria, escolheu a melhor torta de maçã e mel, que engoliu inteirinha, querendo adoçar a voz. Treinou falar cantadinho como as mães dos outros.

torta de maçã

musiquinha-Abram a porta! É a mamãe!

Aquela não parecia mais a voz do lobo, e os cabritinhos ficaram em dúvida se a mãe tinha ficado com esta voz diferente. Lembrando dos conselhos recebidos, eles disseram:

- Se é a mamãe, mostre sua patinha na janela.

E o lobo, pego de surpresa, mostrou mesmo.

- Vá embora seu lobo mau! As patinhas da mamãe são bem clarinhas! E sem garras!

Então o lobo teve outra idéia: correu até o moinho moinho e afundou as patas na farinha branquinha, para enganar os tolos.

Bateu de volta na porta, ainda adoçando a voz, e novamente foi parar com a pata na janela: desta vez ele encolheu bem as unhas:

pata enfarinhada de branco

Os cabritinhos ficaram em dúvida, olharam uns para os outros, e resolveram abrir a porta. Para que?

lobo mau

Foi uma correria danada, todos tentando se esconder. Tinha cabritinho escondido na geladeira abrindo,também tinha na máquina de lavar funcionando, na lareira, nos armários, em baixo da mesa, em toda parte. O lobo foi caçando um por um, engolindo por inteiro cada cabritinho de tanta fome que estava. Perdeu a conta de quantos cabritinhos já tinham entrado naquele barrigão cheio, e foi embora, pensando não ter deixado sobrar nenhum.

Estava enganado: apenas o cabritinho pretinho não foi encontrado em seu esconderijo:

relógio grande

O tic-tac tic-tac atrapalhou o ouvido do lobo, que não ouviu o coraçãozinho assustado que estava escondido lá dentro.

Quando mamãe cabra viu a porta aberta, já entrou esperando pelo pior.

olhos assustados -O lobo levou todos os meus filhinhos!

- Todos, não mamãe. Eu ainda estou aqui!

Os dois se abraçaram muito, e decidiram ir atrás do lobo, para ver se ainda podiam salvar os irmãozinhos.

Correram em direção ao rio, onde souberam pela TV que era o esconderijo dele. Ao chegarem perto, logo ouviram um som terrível: ROM... URM... ROM... Era o lobo roncando, dormindo sob as árvores na beira do rio.

Mamãe cabra teve uma idéia, e disse ao filho:

- Não faça nenhum barulho para não acordar o lobo. Corra com toda sua velocidade até lá em casa, e traga a cesta de costura da mamãe: veja que tenha tesoura, agulha e linhas.

O cabritinho nem respondeu: saiu correndo como o vento, e logo estava de volta com sua encomenda.

Mamãe cabra não perdeu tempo: com sua tesoura abrindo e fechandofoi abrindo o barrigão do lobo enquanto ele estava dormindo. Logo foram saltando vivinhos, um por um, os seis cabritinhos que ele tinha engolido. A todos mamãe pedia silêncio. Quando todos saíram, ela disse em segredo:

- Vão procurar as pedras maiores e mais pesadas que encontrarem, mas não façam barulho, nem demorem.

Logo chegavam pedras em quantidade suficiente: mamãe colocou todas na barriga do lobo, e costurou rápido com agulha e linha. Então foram todos se esconder.

Quando o lobo acordou, sentiu a barriga muito pesada e a boca muito seca. Levantou-se com muito esforço, e quase não conseguiu ficar de pé ("foram seis ou sete cabritinhos?"). E foi se arrastando até o rio querendo beber água. A correnteza estava forte, e o lobo com a barriga cheia de pedras acabou indo parar no fundo do rio, de onde nunca mais saiu.

E todos puderam comemorar o fim do malvado, e a sorte de todos os pequenos, que agora corriam livres pelo caminho para casa, para um novo dia.

cabritinhos pulando a cerca

FIM